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iPhil

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To the Future & Beyond

23.01.15
To the Future & Beyond

 

Depois de muito reflectir, decidi dar o passo em frente, no que ao blog diz respeito. É só um blog, é certo, mas não foi uma decisão fácil.

 

Depois de algumas experiências na blogosfera e no podcasting, decidi criar a 1 de Janeiro de 2008, o novo iPhil, uma espécie de persona que transporto até hoje e que foi ficando um pouco menos anónima com o passar dos anos.

 

Apesar da conotação com o branding da Apple, a expressão é lata o suficiente para ser duradoura no tempo, uma vez que poderá significar apenas "Eu Phil".

 

Nos últimos anos, tenho ponderando dar uma nova vida ao blog ou à forma como me apresento digitalmente. Houve uma pequena experiência com o Wordpress, mas a experiência não me convenceu totalmente e a insistência da sempre simpática equipa dos Blogs do Sapo, fez-me regressar. Mas sempre senti que faltava qualquer coisa.

 

Olhava para outras plataformas... especialmente o Squarespace e mais recentemente, o Medium. Infelizmente, o tempo é pouco e os outros projectos que foi tendo ao longo dos anos, eram uma forma de testar outras plataformas, enquanto que o blog, mantinha-se no seu cantinho bem confortável nos Blogs do Sapo.

 

No dias que correm, o meu único projecto pessoal é o blog e a sua extensão nas redes sociais.

 

Olhei para o Medium, mas não é exactamente o que pretendo, uma vez que me parece uma versão com muitos mais caracteres do Twitter, com um UI/UX absolutamente espectacular. Mas não cumpre exactamente os meus objectivos.

 

O Squarespace sempre me deixou curioso. Mas a falta de projectos paralelos e sobretudo o seu preço, fizeram-me desistir do Squarespace.

 

Perante esta impasse... devia ficar nos Blogs do Sapo ou seguir outro caminho completamente diferente?

 

Os Blogs do Sapo, apresentaram um refresh à plataforma, mas o "core" é o mesmo. Quis acreditar que ainda havia uma hipótese. Estão a seguir o caminho certo, mas faltará mais qualquer coisa... eventualmente a adopção de uma nova plataforma será o caminho a seguir... até lá, será um caminho que não farei com Sapo. Eu sei... é só um blog, mas a minha ligação aos Blogs do Sapo é muito anterior a este blog. Foi uma jornada fantástica com... e agora que penso nisso, com aproximadamente 10 anos. É muito tempo. Aconteceu muita coisa.

 

Uma coisa é certa... vão continuar a levar comigo! E pouco ou nada vão ter que fazer desse lado, para que isso aconteça. Mas existem algumas novidades.

 

A primeira novidade foi a escolha da plataforma que se segue no percurso deste blog e que incidiu sobre o Tumblr. Talvez por influência da Rafaela Mota Lemos, que me picou para começar a utilizar o Tumblr ou pelo facto de se tratar de uma startup de Nova Iorque (há poucos meses, vi um post, que não consigo descobrir, fotos absolutamente brutais da sua sede em NYC)... não sei bem. Uma coisa é certa... colocou o Tumblr no meu radar.

 

A outra novidade é o domínio. Quando registei o domínio .com.pt, tentei naturalmente registar primeiro o endereço iphil.pt. O endereço .com é completamente impossível e por isso, virei-me para os domínios nacionais. Afinal, era uma forma de ser um pouco diferente. A esmagadora maioria opta pelos subdomínios dos serviços de blogs e CMSs ou regista um endereço .com. Entretanto, as regras mudaram um pouco e na primeira oportunidade reservei o endereço iphil.pt, mas ficou-se sempre como um endereço de redirect.

 

A partir de hoje, é oficialmente o endereço de topo, ficando o domínio iphil.com.pt, como endereço de redirect. Portanto, iPhil.pt é o endereço que importa registar.

 

E este blog... o que acontecerá? A resposta é fácil... nada! Servirá de arquivo até o Sapo decidir dar-lhe um destino, daqui a muitos anos, claro. Isto, porque neste processo, descobri o primeiro defeito do Tumblr, que é não permitir a importação de posts e conteúdos.

 

Numa situação normal, era suficiente para desistir. Mas este também é um momento para uma espécie de "fresh start". E assim será... começar do zero.

 

Quanto aos feeds, social media e afins? Tudo igual! Nada muda. Aliás... vou aproveitar esta oportunidade para ter o IFTTT como parceiro, na difusão e distribuição dos conteúdos. Dos primeiros testes que fiz, tem imenso potencial para oferecer conteúdos mais interessantes no que diz respeito à partilha nas redes sociais. Até aqui utilizava o dlvr.it.

 

Dito isto... está na hora de partir... vemo-nos por aí.

Nómadas Modernos

21.01.15
Nómadas Modernos

 

Em Outubro, descrevia a aventura da Rafaela Mota Lemos, durante 3 meses em NYC, num projecto que inclui 5 cidades diferentes. Agora, o jornal Público descreve o que isso dos "Nómadas Modernos".

 

No passado fim de semana, o jornal Público, publicou uma peça dedicada aos "Nómadas Modernos", pessoas que decidem mudar a sua vida, têm um momento disruptivo e partem à descoberta de todo um mundo novo.

 

Recomendo uma leitura atenta do artigo. Aposto que muitos de vós têm um certo bichinho por este conceito. Mas a esmagadora maioria, por diversos motivos, não poderá fazê-lo e por isso, deixo aqui algumas frases chave.

 

O que é difícil, considera Gustav, são duas coisas: ter um bom emprego (porque é muito difícil encontrar quem queira empregar um nómada) e gerir a mente (que “às vezes trabalha contra nós”).

 

Esta primeira frase, define de forma exemplar, duas premissas essenciais para seguir este estilo de vida. É verdade que há países onde é possível viver com 5 euros/dólares por dia (como foi o caso de Susana Eisenchlas e Carlos Alperin no período em que estiveram na Índia). Mas é sempre necessário garantir algum tipo de rendimento. Há viagens para fazer. Há uma vida para manter. Não fico admirado que muitos destes "nómadas" sejam freelancers ou o seu trabalho pode ser feito à distância e através da Internet, o que lhes permite trabalhar em qualquer ponto do planeta. Como já referi, a grande maioria não tem esta flexibilidade. Sim, existem aqueles que efectivamente abandonam o seu emprego e mudam radicalmente de vida, mas não sejamos hipócritas. Ou têm um "pé de meia" bem jeitoso ou têm a ajuda dos pais (e atenção, não há nenhum problema nisso).

 

E a mente?

 

No artigo, a Rafaela Mota Lemos, cujo projecto, tive oportunidade de destacar em Outubro, refere que ainda está a "processar" a experiência nova-iorquina. Na realidade, não é a primeira pessoa que tem uma certa dificuldade em partilhar a sua experiência enquanto esteve em NYC. Eu próprio, que tive por duas vezes, sempre em férias, tive a minha dose. De facto, houve "momentos" que me faziam repensar uma série de coisas e sentia que todos aqueles que escolhessem viver em NYC, seriam "engolidos" pela cidade que nunca dorme.

 

Ou seja, mesmo quando nos encontramos na nossa zona de conforto, é possível sentir a nossa mente a trair-nos. Imagino como será em situações extremas... ou não imagino...

 

Outros temas que não vejo abordados nestas peças são o elemento "família" e "filhos". Já referi a questão do trabalho e do rendimento. E quando já existe uma família constituída e filhos pequenos? Qual é a percentagem de "nómadas" nestas condições?

 

“Tínhamos muito pouco e tudo o que precisávamos estava nas nossas mochilas. Sentia que podia viver em qualquer lado.

 

Posse. Propriedade. Ora aí está um factor e uma forma de estar muito portuguesa. O português tem que ter, possuir e se possível, melhor que o do vizinho. Eu próprio até defendia essa posição, especialmente quando falava da casa ou do automóvel. Hoje, defendo que devemos possuir o menos possível. Primeiro, pelos impostos que nos cobram e depois, pelo efeito libertador de não ter essas ligações tão pesadas e definitivas, como uma casa. Há arrendamento, há renting, há leasing... 

 

Há dias, ouvia uma conversa durante o almoço e a forma como eram defendidos os argumentos: comprar casa vs arrendar casa. Não é um tema que consiga gerar unanimidade. Nota-se imenso o peso cultural, quando se tenta defender o factor "comprar casa".

 

Não vou trazer para a discussão se a esmagadora maioria dos portugueses conseguia suportar as rendas associadas à casa e ao automóvel, em simultâneo. Certamente que não. Mas por uma questão de principio, faz-me cada vez mais sentido "não comprar" em oposição ao "arrendar" ou "alugar". Um dia, só uma mochila bastará e não é preciso ser-se "nómada". Cada vez mais teremos que estar preparados para uma vida mais móvel, mesmo que isso ocorra no nosso país.

 

“A minha vida não está completa, estou a perder o mundo”

 

Mas e esta vontade em conhecer e partir? Falo por mim, está sempre presente. Sempre. E condições? Nem por isso. Não tenho espírito para isso. Faço o que gosto. Trabalho com pessoas fantásticas. Mas há um profundo e preocupante vazio... lembram-se da "traição da mente"?

 

Bom, a Rita Golden Gelman, retratada na peça do "Público", tem 77 anos e tornou-se "nómada" com 48 anos... quero achar que ainda vou a tempo.

 

Uma amiga minha dizia que não sabia o que me contar porque a sua vida era casa-trabalho.

 

Considero que este é um dos maiores "cancros" da nossa sociedade. Somos absolutamente sugados pela sociedade em que vivemos e muitos de nós, temos a tendência, por apatia, falta de dinheiro ou outros factores, por agravar aquilo que a sociedade já nos rouba.

 

Também eu, contribuo para este problema. Tornei-me "workaholic". Para além da "casa-trabalho", há tempo para o ginásio e pouco mais (tempo que faço questão de reservar para ficar "off the grid"). Depois entra-se numa espécie de espiral. Trabalha-se mais por necessidade ou ocupação do tempo, porque uma grande parte dos amigos partiu para o estrangeiro, mudou de vida ou simplesmente deixou de "responder" e depois acabamos por trabalhar demais, restando pouco tempo para sair e a vida social é escassa.

 

O segredo é perceber como podemos interromper esta espiral. Será suficiente tornar-nos "nómadas" ou isso é simplesmente uma fuga para resolver o problema essencial?

 

No fundo, é esta pergunta ou desafio que vos deixo, num post que acabou por se tornar um pouco mais pessoal, em jeito de desabafo, naquele que é um dos últimos posts que farei nesta versão do blog.

 

 

Lá mais para o final da semana, darei mais novidades sobre o futuro do blog e da minha presença digital (na realidade, pouco ou nada muda).

McLaren-Honda e o Regresso ao Futuro

20.01.15
McLaren-Honda e o Regresso ao Futuro

 

A temporada de 2015 da F1 ficará marcada pelo regresso da parceria McLaren-Honda, que fez história nos anos 90.A poucos dias da sua apresentação a McLaren brindou-nos com um mimo.

 

Durante o dia de hoje, a McLaren lançou um teaser no YouTube, que evoca as nossas memórias de infância, quando a emissão de domingo à tarde era dedicada à F1.

 

O vídeo agora conhecido, mostra-nos um miúdo a desenhar o "novo" McLaren, num quarto que podia ser de um de nós, daqueles que assistiram à época de ouro da McLaren e os seus F1s brancos e vermelhos, liderados pelo brasileiro com aquele inesquecível capacete amarelho.

 

Mas o quarto tem, pelo menos quatro referências ao "Back to the Future", através de uma folha pendurada com o logo da triologia, o panfleto "Save the clock tower", o Hover Board e o Sports Almanac que ia destruíndo a linha temporal de Hill Valley e dos seus habitantes.

 

Eu não sei se o desenho do miúdo é um teaser do McLaren-Honda de 2015 (sim, há imensa curiosidade em conhecer qual será a "livery" do novo modelo de 2015), mas só o nome é suficiente para evocar umas quantas memórias. O cenário do quarto ajuda imenso, claro.

 

Claro que não podia deixar de vos mostrar o vídeo. Será que tiveram a mesma reacção que eu?? ;)

 

 

Desejo

16.01.15
Desejo

 

Não sou de fazer grandes previsões e desejos no início do ano. Mas este ano, há uma coisa que não me sai da cabeça fazer... assistir a um Grande Prémio de F1.

 

Vamos mudar um bocadinho o tom do blog, nesta minha tentativa de animar um pouco mais este espaço, numa altura que as redes sociais parecem padecer de algumas maleitas.

 

Feito o disclaimer, vamos então falar deste meu desejo. Nunca vi um Grande Prémio de F1. Mesmo no tempo em os bólides rolavam na pista do Estoril, não tive oportunidade de assistir. É verdade, que já não é a mesma coisa... mas o bichinho ficou.

 

Agora, o mais próximo que será possível assistir será a um Grande Prémio de Espanha em Barcelona ou aos treinos de Inverno em Jerez no primeira semana de Fevereiro ou em Barcelona no final de Fevereiro.

 

Veremos se não passará de uma ideia, que poderá ser sempre repensada em 2016... mas não gostaria de deixar passar muito mais tempo...

 

Faltam cerca de 55 dias para o início da temporada de 2015 e parece-me uma boa oportunidade para um vídeo com o balanço da temporada de 2014!

 

 

Aqui tão perto...

16.01.15
Aqui tão perto...

 

Na sequência dos acontecimentos em França e o ataque ao Charile Hebdo, havia a expectativa em relação a potenciais réplicas... hoje, recebemos notícias da Bélgica...

 

E tudo isto, acontece aqui bem ao lado. É verdade que tivemos atentados em Londres e Madrid. Mesmo assim, parece-me que tudo isto ocorre aqui bem perto e se agora acontece (ou estava para acontecer) na Bélgica e segundo alguns rumores, em nome do Estado Islâmico, mais preocupante ainda.

 

E por falar em Estado Islâmico, chegou um link de um artigo que merece uma nova reflexão, sobre uma frase que tenho ouvido com alguma frequência: "Not all Muslims are terrorists, but all terrorists are Muslims."

 

Certo, podemos aceitar... mas eu acrescento, seguindo o espírito do artigo... será mesmo que todo o tipo de terrorismo tem origem muçulmana? O artigo lista alguns exemplos, que ajudam a comprovar que os terroristas muçulmanos são uma pequena percentagem, quando olhamos globalmente para o fenómeno (e sou da geração que via, sem compreender, por ser tão miúdo, as notícias dos ataques da ETA em Espanha e do IRA na Irlanda). No entanto, a imprensa, especialmente a norte-americana, só desperta para os exemplos muçulmanos, porque são esses casos que alimentam e capitalizam esses meios de comunicação social.

 

E por estes dias, não me esqueço da imagem de Zarine Khan a apelar ao ISIS para "deixar os jovens em paz" e que o seu filho só se juntou ao ISIS, pela capacidade de "recrutar" jovens através da web e dos redes sociais.

 

 

Tal como Dean Obeidallah, o autor do artigo, também eu, acredito perfeitamente que um ataque do mesmo género, realizado por um europeu, não teria qualquer impacto nos media... sejam eles americanos ou não (o mal é global).

 

Nos últimos anos, a Europa cometeu alguns erros. hoje, era necessário uma Europa verdadeiramente únida e a uma única voz. Infelizmente, não é isso que verificamos. Bem pelo contrário, o que me deixa muito apreensivo em relação ao futuro.

As sombras da hipocrisia

12.01.15
As sombras da hipocrisia

 

Comecei várias vezes este post... teria muito para escrever sobre o que se passou em Paris...

 

Opto por simplesmente, partilhar um link e uma história para vossa reflexão. Aconteceu na Nigéria, um dia antes dos acontecimentos em França. Num mercado em Maiduguri, uma rapariga de 10 anos, repito... de 10 anos, deixa-se explodir quando é inspeccionado por um polícia. Foram cerca de 19 mortos e mais umas dezenas de feridos.

 

Considerando o que tem acontecido na Nigéria e o caso já não é recente, gostaria que os media e a histeria em massa das pessoas se focasse no que é realmente importante.

 

E o que aconteceu no Paquistão? O que têm acontecido na Síria? São demasiados mortos. Muitos inocentes. E esses, se calhar, só pediam dignidade e liberdade para... viver!

 

Para complementar o post, deixo um vídeo, registado em Setembro de 2014, na CNN, numa entrevista ao professor Reza Aslan. Absolutamente exemplar. Já não se pode dizer o mesmo da jornalista... tipicamente americana, pouco inteligente e preconceituosa.

 

 

CES 2015 - Balanço

11.01.15
CES 2015 - Balanço

 

Foi um final de semana, absolutamente épico, que me impediu de acompanhar os dias 2 e 3 da CES 2015. NA medida do possível aqui fica o balanço da edição deste ano, que deixa mais questões do que respostas.

 

Televisores 4K & Beyond

Havia imensa expectativa em torno do que podia ser apresentado, quer em termos de hardware, ecrãs e conteúdos. Por um lado, de facto houve novidades interessantes. Por outro, a abordagem foi muito conservadora.

 

Samsung SUHD TV

  

Quantum Dots

 

 

As marcas aproveitaram para apresentar alguns modelos que incorporam tecnologia que pretende trazer com a melhor qualidade possível os actuais conteúdos em HD para o universo 4K. Foi o caso da tecnologia "quantum dot" da Samsung.

 

No caso dos interfaces, destaque para a força presença do Google e da plataforma Android TV, que marcará nas principais marcas de televisores. A primeira a fazê-lo em grande foi a Sony.

 

Sony 4K | Android TV

 

 Ou seja, havia uma hipótese, que fossem apresentados alguns protótipos 8K, mas foi o 4K que esteve em grande, ainda com muitas dúvidas, uma vez que faltam conteúdos em 4K e os mesmos são difíceis de distribuir, considerando as estruturas actuais e os tarifários praticados pelos operadores de internet fixa e móvel. Foram anunciadas algumas parcerias para a distribuição de conteúdos em 4K. Veremos na prática no que vai resultado.

 

Para o movimento CordCutters, o Sling TV foi uma simpática novidade. Mas é preciso não esquecer que o seu modelo de negócio baseia-se num modelo desactualizado, isto é, através desta plataforma, é possível ter um serviço de televisão via Internet. A questão é que a forma de consumo mudou e não basta passar a distribuição do cabo ou da fibra para a web. A tendência será ter acesso a um conjunto de contéudos... filmes, séries ou eventos específicos.

 

Sling TV

 

Automóveis e a tecnologia

A CES 2015, foi marcada, sem dúvida, pelas novidades apresentadas pela indústria automóvel, em que a BMW demonstrou um sistema anti-colisão, com obstáculos, peões ou outros veículos. A BMW foi mais longe e apresentou uma solução compatível com alguns smartwatches que permite que o veículo de forma autónoma consiga encontrar um lugar de estacionamento.

 

BMW i3 - Sistema anti-colisão

 

 A Audi foi a demonstração com maior destaque, com a apresentação do sistema "Audi Piloted Driving". Até à realização da CES, o ponto alto desta tecnologia tinha sido demonstrada em Hockenheim, quando a Audi colocou em ritmo de corrida um dos modelos A7 disponíveis com esta nova tecnologia, que dispensa totalmente o condutor. Para a CES, o teste passava por transportar jornalistas de Silicon Valley e Las Vegas. Impressionante. Sem dúvida.

 

Audi Piloted Driving

 

 Mas a indústria automóvel veio para ficar. As principais keynotes foram das responsabilidade das principais marcas de automóveis, uma semana antes do seu próprio evento em Detroit. O que comprova o peso que a CES passou a ter na estratégia destas empresas.

 

IoT - Internet of Things

Obviamente, seria um tema obrigatório. Mas pela cobertura que foi dada pela imprensa, porque efectivamente estamos longe, muito longe do cenário ideal. O que foi para mim, uma desilusão, especialmente após o lançamento das plataformas de desenvolvimento da Apple com o Home Kit e o Android Home.

 

Há projectos interessantes, como o pseudo-ecossistema da Samsung ou o WeMo da Belkin. Mas, nada de disruptivo foi apresentado na CES.

 

Internet of Things

 

 

Game of Drones

De forma surpreendente, os drones marcaram uma forte presença, especialmente com a DJI e o seu Inspire 1.

 

DJI Inspire 1

 

 Mas foram apresentados drones para todos os gostos, com destaque para os drones apresentados na keynote da Intel, que utilizam a tecnologia RealSense, uma plataforma que estará disponível, praticamente em todos os equipamentos e cenários onde a tecnologia poderá ter um papel ou uma função. Podemos estar a falar de um drone que se torna autónomo e "lê" o ambiente que o rodeia, até ao cego que utiliza um colete que o ajuda a evitar obstáculos.

 

Pessoalmente, acho que a utilização dos drones deverá ser regulamentada e fiscalizada. Felizmente, ainda não houve uma massificação destes equipamentos. Eventualmente, essa regulamentação só será feita, depois de um acontecimento grave, envolvendo drones.

 

Ainda há PCs...

Sim, sou um feliz utilizador Mac desde 2007. Não pretendo voltar. Mas não posso deixar de estar atento às novidades (e espero bastante do novo Windows 10). E há pelo menos 3 novidades apresentadas na CES, que eu não posso deixar de destacar.

 

Dell XPS 13

Fiquei bastante impressionado com o novo Dell XPS 13. É lindíssimo. É tudo ultra naquela máquina. O design. O ecrã. Se tivesse que comprar um portátil, faria tudo para conseguir comprar este XPS 13. Nos EUA, tem como preço inicial $799.

 

Dell XPS 13

 

Lenovo ThinkPad X1 Carbon

A estrela da CES foi o Lenovo Yoga, mas aquele que me deixou igualmente babado foi o Lenovo ThinkPad X1 Carbon. Desde sempre que oiço falar da robustez destas máquinas e se há máquina que mostra isso é este modelo do Lenovo. Outro facto curioso foi o site criado pela Lenovo, apenas com produtos que foram apresentados na CES 2015.

 

Lenovo ThinkPad X1 Carbon

  

Intel Stick

As boxes Android são uma realidade há muito tempo. A CES trouxe-nos os televisores com Android TV e hardware compatível. Depois do Chromecast, do Roku ou do Fire Stick da Amazon, agora é possível transformar o vosso televisor num computador Windows 8.1, com o Intel Stick.

 

Intel Stick

Wearables e smartwatches

Outra desilusão... wearables e smartwatches. Aparentemente o mercado está em suspenso para ver o que acontece com o Apple Watch, que poderá ser lançado em Março. Mesmo assim, houve apresentações bem interessantes, que merecem destaque:

 

Sony SmartWatch 3

Sony SmartWatch 3

 

 

LG webOS smartwatch

LG webOS smartwatch

 

Alcatel One Touch Watch

Alcatel One Touch Watch

 

Withings Activité Pop

Withings Activité Pop

  

E o pior?

Essa é fácil... Selfies e Belfies Sticks... porquê? PORQUÊ?

 

Belfie Stick

 

 

E havia muito mais, mas muito mais para referir... por isso, deixo-vos o desafio para revelarem as vossas escolhas ou passaram pelas escolhas do The Verge ou 257 Gadgets em 3 minutos.

 

 

CES 2015 - Dia 0

07.01.15
CES 2015 - Dia 0

 

Automóveis, automóveis, automóveis e mais automóveis. Parece que o cruzamento entre tecnologia e a indústria automóvel veio para ficar. Mas não só... há mais cruzamentos... alguns inesperados, outros nem tanto!

 

No momento em que escrevo este post, a CES vai no primeiro dia oficial e decorre a keynote oficial de arranque do evento, que actualmente é da responsabilidade da Intel. Mas muito já aconteceu, no chamado "Press Day" e será complicado resumir tudo num único post. Vou tentar fazê-lo.

 

4K, 4K, 4K

No último post, apontei que podíamos ter algumas novidades nas resoluções apresentadas pelos fabricantes de televisores. Contudo, parece que houve uma clara aposta em mais e melhor 4K (com o maior ou mais fino ecrã e a tecnologia Quantum), apostando antes em conteúdos, aplicações e mais importante do que isso, uma clara aposta na optimização do interface e menus. É aqui que encontramos o primeiro cruzamento... com tablets. Aparentemente, a experiência "second screen" com tablets, demonstrou aos fabricantes que o caminho a seguir, deveria ser o da implementação de interfaces baseados em tablets. A Sony optou por incorporar hardware optimizado para receber o Android TV da Google (deixando por isso cair o projecto Google TV). A Samsung optou por integrar o seu antigo sistema operativo Tizen e integrá-lo nos televisores. Neste caso, cai o conceito "SmartTV".

 

Samsung 4K TV

Sony 4K TV

 

 

 

Em jeito de "spoiler", diz-se que a indústria chinesa vai responder em força às concorrentes coreanas, como são os casos da TCL e da Hisense (nomes para começar a reter).

 

Fazendo um curto enquadramento com o cenário em Portugal, é curioso ver o aparente desinteresse na adoptação do HD, quando o 4K já está aí, em grande força, porque ao contrário do HD, tudo leva em crer que os fabricantes, a indústria cinematográfica, os produtores de conteúdos, os distribuidores de conteúdos e especialmente os utilizadores e consumidores estão a adoptar muito rapidamente o 4K. O que é um contraditório, quando pensamos nas necessidades em termos de largura de banda e limites de tráfego e a forma conservadora como os operadores de Internet olham para esta tecnologia. Portugal, parece alheado disto tudo.

 

Internet of things e wearables

Este "report" é baseado no que foi possível ver e ler no dia 0 e aparentamente estas duas categorias não surgiram com a força que era esperada. A Alcatel e a Sony apresentaram os seus novos smartwatches, mas a principal novidade ou curiosidade tem a ver com o maior ponto fraco destes equipamentos: autonomia. Tudo indica que estes dois novos modelos apresentam uma autonomia de 2 dias. O melhor apresentado até hoje. Considerando que a Apple se prepara para lançar (em Março) o muito aguardado Apple Watch, ficará a curiosidade em saber se a Apple vai a tempo de conseguir garantir, pelo menos, 2 dias de autonomia. Ou até mais do que isso.

 

sony-watch

 

alcatel-one-touch

 

 

E "Internet of Things"? Eu diria mais "Internet of All Things". Parece que a Samsung tem uma ideia muito clara do futuro e que o futuro é o presente... E começa com a sigla "IoT"!

 

 

 

Eu vejo este vídeo e limito-me a ver alguns conceitos engraçados... todos eles perfeitamente reais e acessíveis a todos nós. Com um pequeno detalhe... o ecossistema. Com a ausência de uma verdadeira standardização entre plataformas, equipamentos e sistemas operativos, ficará complicado alinhar de forma harmoniosa, o nosso carro, com o nosso smartphone, com o nosso smartwatch e que por sua vez, terão que ser compatíveis com os equipamentos de automatização da nossa casa e todos os equipamentos que fazem parte desse universo, desde o televisor até ao frigorífico ou máquina de lavar roupa.

 

 Apesar da existência de alguns SDKs de desenvolvimento para developers, parece que a standardização está ainda distante.

 

Automóveis, Automóveis, Automóveis

Mercedes, Audi, Wolkswagen e Hyundai são algumas marcas de automóveis que marcam presença oficial na CES 2015, confirmando de uma vez por todas, que a indústria automóvel veio para ficar.

 

Depois de uma experiência de cegueira, a indústria automóvel percebeu finalmente que a tecnologia teria que fazer parte do futuro da indústria automóvel. E a vários níveis. A um nível mais básico, incorporando o nosso smartphone e o respectivo ecossistema no dashboard e sistemas do carro. Estou naturalmente a referir os sistemas Android Auto e Apple CarPlay. Quando foram anunciados, estava com algum receio que as marcas acabassem por escolher uma plataforma em detrimento de outra. Felizmente parece isso não vai acontecer a Parrot parece indicar o caminho (especialmente para os automóveis actuais ou mais antigos), isto é, os sistemas incorporados, serão em teoria, compatíveis as duas plataformas.

 

 

 

As marcas estão no entanto, a recorrer à tecnologia também na segurança e a níveis nunca vistos. No ano passado já tínhamos assistido ao estacionamento automático e autónomo, sem condutor, da Audi. Este ano, a BMW apresentou um sistema semelhante e ainda lhe acrescentou as funcionalidades que permitem que o veículo possa colidir com qualquer objecto, seja uma parede, um muro, outro veículo ou um peão.

 

 

 

Mas o que impressiona verdadeiramente são os sistemas da Audi, instalados no Audi A7 e testados nos protótipos RS7, sendo que, parte da tecnologia é da Nvidia, que fez questão de incluir a Audi na sua própria apresentação. Nessa mesma apresentação, o representante da Audi fez questão de resumir o que tem sido desenvolvido, na parceria Audi/Nvidia e que o expoente máximo foi apresentado na última corrida do DTM em Hockenheim, com a demonstração do Audi RS7 em pista, sem condutor em ritmo de corrida.

 

 

 

Para a CES, a Audi decidiu testar a longa distância, transportando jornalistas durante 2 dias entre Silicon Valley e Las Vegas para a CES. O teste em Hockenheim, em ritmo de corrida correu de forma espectacular. Estou curioso por ver o resultado desta primeira viagem longa dos Audi A7 sem condutor.

 

Mercedes

 

 

A Mercedes preferiu apostar num conceito, onde o automóvel é um espaço partilhado de trabalho ou lazer, em que o condutor é dispensável, apesar da existência do volante e que é inteligente o suficiente para interargir com o espaço que o rodeia, através de referências visuais como os LEDs frontais e traseiros.

 

 

 

Resta saber o que aconteceu aos automóveis do Google e qual é o ponto de situação do projecto.

 

Nvidia

 

 

Mas há mais... as marcas estão a desenvolver interfaces baseados em gestos, como o Kinect (é curioso, já não termos necessidade de comparar com o "Minority Report"). Pessoalmente, não sei se me convence, por causa da aprendizagem de que necessidades, quando já estamos habituais aos interfaces multitouch do iOS e Android, quando estes até estarão disponíveis via CarPlay ou Android Auto.

 

BMW Parking

 

 

Algo me parece evidente... tal como nos televisores, também nos automóveis há um cruzamento com os tablets e os enormes ecrãs multitouch no dashboard central dos automóveis. Outra tendência foi a interacção entre os automóveis com os smartwatches, evocando uma certa e determinada memória dos anos 80...

 

 

 

A BMW apostou numa parceria com a Samsung com tablets e smartwatches e a Hyundai apostou numa aplicação para Android Wear, em que é possível controlar algumas das funções básicas do automóvel.

 

Então e motas??

Sim, sendo eu agora uma espécie de motard... (sim, não devo passar da Scooter), não esperava ver absolutamente nada, até ver isto...

 

Gogoro

 

 

 

 

Falo da SmartScooter (acabei de inventar a categoria) Gogoro, uma startup criada por alguns ex-colaboradores da HTC (análise da Forbes).

 

E não há mais nada??

Sinceramente, tirando os habituais "mais rápido, mais fino e com maior resolução", as estranhas keynotes e o louco da ASUS, não há muito mais a destacar deste dia 0 da CES e para ser sincero, pouco mais haverá para mostrar, embora o novo Dell XPS 13 me tivesse impressionado bastante... e é "só" um portátil.

 

 

O que esperar da CES 2015

05.01.15
O que esperar da CES 2015

 

Como é habitual, no início de cada ano, logo na primeira semana, começa em Las Vegas a CES ou International CES, como a organização deseja que seja identificada a maior exposição de tecnologia do mundo.

 

A edição de 2014, ficou marcada pela forte presença da indústria automóvel, dos wearables e das televisões 4K, confirmando o fim do 3D. Como será então a CES 2015?

 

Em jeito de "preview", posso dizer com alguma segurança, que a indústria automóvel veio para ficar na CES, seja através da nova tecnologia aplicada aos motores híbridos e recuperação de energia (como podemos ver nas "power units" V6 híbridos na F1), quer através dos veículos com novos sistemas de segurança e condução automática, sem recurso a condutor. No ano passado, várias marcas já fizeram apresentações bem interessantes. Este ano, um rumor (já não é exactamente um rumor) aponta que a Audi transportará jornalistas dos respectivos hóteis para os locais onde se realiza a CES, recorrendo ao Audi A7 sem condutor. Recordo que o percurso implica percorrer um trajecto real em plena Las Vegas, cidade onde se realiza o evento.

 

Estou igualmente curioso com os sistemas Apple Carplay e Google Android Auto que serão lançados, não só com os novos modelos, mas para os modelos mais antigos. Parece que uma das marcas há mais tempo no mercado com produtos que tentam levar o séc. XXI para os automóveis, a Parrot, vai anunciar uma muito aguardada actualização do seu sistema Asteroid, até aqui, apenas disponível com o sistema Android 2.3. Segundo o The Verge, o novo sistema será compatível com os sistemas Apple e Google, sendo a sua "killer feature".

 

Mas haverá muito mais para ver na CES 2015. Com certeza que teremos muitos relógios e wearables, uma vez que ainda nos encontramos no período em que a Apple já apresentou o Apple Watch, mas ainda não anunciou a sua data de lançamento e gama de preços para os diversos modelos. Com este cenário, todos os concorrentes, "em desespero", vão tentar apresentar os seus modelos ou os modelos actualizados das marcas que já marcavam presença no mercado, como o Pebble.

 

As últimas versões do iOS e Android apresentam SDKs de desenvolvimento para dispositivos de "home automation", mas a indústria pouco ou nada apresentou desde a apresentação das SDKs. Será na CES 2015 que veremos toda uma gama e variedade de produtos dedicados a essa área de negócio?

 

4K? 8K? Standard para o 4K? Julgo que no universo dos televisores veremos novos televisores e novas câmaras 8K. Mas convém fechar de uma vez por todas, a questão do formato standard para o 4K. De qualquer forma, a ausência de um standard e a difícil forma de distribuição (por causa da largura de banda e tamanho dos ficheiros), podem oferecer aos modelos Full HD/1080p, alguma margem de desenvolvimento, com um custo cada vez mais baixo, enquanto a indústria terá que tomar decisões em relação aos formatos seguintes.

 

As primeiras apresentações e keynotes, começam hoje mesmo, dia 5 de Janeiro, por volta da 17 horas, hora portuguesa. Tanto quanto possível, espero fazer alguns posts, que consigam resumir o que vai acontecer nos próximos dias em Las Vegas.

 

Quem quiser, pode ir acompanhando tudo o que vai acontecer em Las Vegas, através do The Verge - theverge.com/ces-2015.

O Melhor de 2014: iPhone 6

17.12.14
O Melhor de 2014: iPhone 6

A equipa dos Blogs do Sapo, lançou-me o desafio de apresentar o meu destaque Tech ou Objecto do Ano de 2014. Eu sei, a minha escolha é mais ou menos óbvia... o iPhone 6.

 

Vamos perceber o porquê da minha escolha em 3 grandes tópicos:



HYPE

O iPhone foi originalmente apresentado em Janeiro de 2007 e lançado em Junho do mesmo ano. Ou seja, há mais de 7 anos, o iPhone veio revolucionar o mercado dos telemóveis e dos smartphones. Actualmente, o smartphone é o centro tecnológico do nosso dia-a-dia e alterou por completo a oferta de smartphones.

 

Hoje, empresas como o Google, Samsung, HTC, ZTE, Huawei ou projectos independentes como o One Plus, são sucessos globais de vendas. Conseguiram, com recurso ao Android, alcançar o iPhone e o iOS. Em alguns casos, até superar. Mas nada bate o engagement e o hype criado pelo iPhone, num negócio que é o mais importante da Apple neste momento, superando o volume de negócio gerado pelo iPad e pelo o Mac.

 

Todos os anos, continua a acontecer a mesma coisa. Recorde vendas, filas q.b., stocks esgotados durante meses ou com entrega demorada ou "haters" que decidem procurar por uma qualquer falha no iPhone e por mínima que seja, o mundo inteiro revolta-se em torno daquela falha.

 

O iPhone 6 é um bom exemplo disso. Rapidamente alguém se apercebeu, com a alteração do design e do chassis do iPhone, que ele seria mais susceptível de dobrar num determinado ponto e com uma determinada força aplicada nesse ponto. Vídeos, posts, social media... o mais comum dos utilizadores sabia do problema: "Esse é o iPhone que dobra, não é?"

 

Digam-me... fanboys e haters, qual é o outro dispositivo no mercado que cria esta onda de interesse. Recordo que um dos equipamentos concorrentes do iPhone 6 Plus, o Samsung Galaxy Note 4, também apresentava uma falha no espaçamento entre o ecrã e a case, que permitia facilmente colocar folhas ou post-its nessa zona. Ao contrário do iPhone, esse problema passou quase despercebido.

 

Um dispositivo que cria este impacto, tem que pesar nas escolhas do ano, apesar de ser um dispositivo que já vai no seu 7º ano de vida.




INOVAÇÃO

O iPhone apresenta-se ainda como um produto inovador? Obviamente que não! Nem sequer é esse o método habitual da Apple.

 

Na realidade, o único iPhone verdadeiramente inovador foi o original, com a primeira iteração do iOS e o interface multi-touch, associado ao ecossistema Apple, inspirado naquilo que já era feito com o iPod.

 

Mas a combinação hardware/software e a forma como a Apple apresenta e desenvolve novas features, permite colocar os seus produtos no topo, em termos de usabilidade e experiência de utilização.

 

Um dos exemplos que posso dar, é a Câmara. Desde o iPhone 4S, que a câmara do iPhone apresenta um sensor de 8MP. Ao contrário do que se pensa, o mais importante não são os "Megapixeis", mas a abertura e a qualidade na composição das fotos no equipamento (até porque o número de Megapixeis, afecta o tamanho das fotos. É preciso considerar que a esmagadora maioria dos utilizadores têm equipamentos com menos de 16GB de espaço).

 

Por isso, a Apple tem apostado tudo na renovação e melhoria do sensor e da abertura da lente, mas sempre em torno dos 8MP. Para além disso, melhorou e muito as capacidades vídeo da mesma lente, especialmente nas funções secundárias da câmara e não apenas somente em torno da resolução. Com o iPhone 4, era possível filmar a 720p a 30fps (frames por segundo). A partir do iPhone 4S foi possível filmar a 1080p (FullHD) a 30fps. Com o iPhone 5S, a Apple virou-se para a GoPro e passou a permitir vídeos a 120fps, com vídeos em slow-motion, com um efeito que impressiona qualquer um. Com o iPhone 6 e 6 Plus, a Apple apostou na rapidez do auto-focus, na estabilização por software e hardware e no slow-motion a 240fps. Se impressionava a 120fps...a 240fps é qualquer coisa fora de série.

 

 

 

Outro exemplo que posso dar é o TouchID. Há muito tempo que existem computadores com reconhecimento através da impressão digital. Chegou mesmo a alguns equipamentos móveis (julgo que terá sido a Samsung, com um sensor na parte de trás do equipamento). Mas a tecnologia nunca "pegou". Nunca. A tecnologia biométrica chegou mesmo ao nosso Cartão do Cidadão. Mas serve exactamente para quê? Na eventualidade de usar o leitor do Cartão do Cidadão, utilizo o habitual Chip/PIN e nem sequer utilizo um dos dedos indicadores para validar o cartão.

 

 

 

 

Com a introdução do TouchID, a Apple volta a pegar numa tecnologia moribunda ou adormecida. Integra-a no ecossistema Apple e permite inicialmente, de forma quase perfeita, desbloquear o equipamento, em vez do PIN e permite adquirir apps na App Store, sem recorrer à sempre incómoda introdução da password do Apple ID, uma das 500 mil passwords que temos que memorizar. Com o iPhone 6 e com o iOS 8, o TouchID viu aumentadas as suas capacidades. Pode ser utilizado por outras apps e passou a servir para validar os pagamentos através do novo sistema Apple Pay (lojas físicas e apps).



APPLE PAY

Teria que dar um particular destaque ao Apple Pay, até porque é um assunto que me é caro. Tal como os sensores de impressões digitais, também os pagamentos móveis ou os sistemas alternativos aos cartões tardavam em pegar. Há ou havia uma enorme resistência nos diversos players no mercado, fossem os bancos, as entidades emissoras de cartões, as lojas de retalho (de pequena ou grande dimensão) ou até mesmo os utilizadores.

 

Com o Apple Pay, o cenário muda completamente e abre espaço para o Google Wallet acompanhar o mesmo sistema. Ao contrário do que se pensa, o Apple Pay não é exactamente um sistema proprietário. É verdade que só pode ser utilizado pelos utilizadores com AppleID e um equipamento Apple, mas é baseado num sistema standard de Tokenização criado pela EMVco (um consórcio com 6 membros: American Express, Discover, JCB, MasterCard, UnionPay e Visa) e todos os interessados pode utilizar este standard. Apple Pay e Google Wallet são os mais conhecidos, bem como todos os sistemas compatíveis com PayWave.

 

Ou seja, falamos de um sistema que até já se encontrava disponível em algumas lojas com terminais com PayWave ou com Contactless, como também é conhecido. Mas como referi anteriormente, o que aconteceu com as impressões digitais, este sistema não tem praticamente qualquer utilização e há mais de 2 anos que alguns sistemas em Portugal tentam solucionar a questão dos pagamentos móveis, sem qualquer sucesso. Tal como o Google Wallet, que ninguém utiliza desta forma, porque no fim, o processo "Cartão Débito/Crédito -> Chip/PIN", numa compra, ainda é o processo mais rápido.

 

Com o Apple Pay, o cenário é diferente. A Apple não só utiliza um standard, como conseguiu desbloquear a complexidade associada a uma compra e respectivo pagamento. Encostamos o iPhone, abre automaticamente o Passbook e validamos o pagamento. Simples. E de facto, os primeiros números demonstram que o serviço é um sucesso nos EUA, para já, o único mercado onde o Apple Pay está disponível.

 

 




Considerando estes factores, parece-me que não há dúvidas em nomear o iPhone como o produto do ano e com "pequenos passos", vai elevando a fasquia e a concorrência tem respondido à altura, colocando o smartphone no centro da nossa vida e tenho sérias dúvidas que os wearables consigam o mesmo sucesso, apesar do Apple Watch chegar em 2015 (tenho dúvidas que chegará em Portugal no próximo ano).